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quinta-feira, 19 de maio de 2016

PALAVRAS DE DESCONFORTO

Talvez seja de mau tom
Inserir na poesia
Sem qualquer aviso prévio
A palavra “epidemia”

Esta palavra não é simples
E não se deu por acaso
O seu principal fator
É a palavra “descaso”.

Descaso que conhecemos
Nas filas dos hospitais
Onde homens são tratados
Bem pior que animais.

Descaso que conhecemos
Nos cruéis confinamentos
Onde famílias habitam
Sem o mínimo saneamento

Descaso... Porque o dinheiro
Que é nosso e de ninguém mais
É enviado sem pudor
Aos paraísos fiscais.

Nossos políticos criaram também
A palavra “corrupção”
Pois todos se corromperam
Levados pela “ambição”

“Ambição”... Outra palavra
De importância tamanha
Que alimenta o “egoísmo”
Uma palavra espontânea,

Espontânea... Porque está
No íntimo de todos nós
Manipulando nossos atos
E calando a nossa voz.

E além de tudo isso:
Descaso, ambição, egoísmo...
Existe o fator maior:
A palavra comodismo.

Comodismo que se vê
No “grosso” da população:
Que briga por futebol,
Por bobagem ou religião...

Mas, quando a causa é nobre
E exige o povo brigando:
Entregam-se ao comodismo
E depois ficam reclamando.

Reclamando dos políticos,
Da mídia, até de Deus...
Nem sequer eles percebem
Que os erros são todos seus.

Por ouvirem estas palavras
E darem credibilidade,
Sabendo que a palavra
Que vale é a “verdade”.

E entre estas, outras palavras,
De não menor expressão,
Fazem com que a epidemia
Invada nossa nação,

Epidemia da dengue
Da gripe e outras mais...
Que fazem bilhões de terráqueos
Levarem a vida sem paz.

Epidemia é uma arma 
De destruição em massa
Que aumenta seu poder
A cada dia que passa

É cruel a epidemia
Que a vários homens consome:
A da dengue, a da gripe
E a pior: A da fome!

E crescendo sem repreensão
Ela aumenta a cada dia
E vai transpondo fronteiras
Se tornando “pandemia”

E gerando outras palavras
Ela segue desenfreada...
Como a palavra “estatística”
Que por ela foi criada

Estatística que assusta
Cada vês crescendo mais
Fazendo homem virar número
Nas páginas dos jornais.

Estatística cruel
Que temos que aceitar
Porque a tal epidemia
Só tende a aumentar.

Levando o ser humano,
(O homem propriamente dito)
Ao seu fadário cruel
Que é a morte, eu acredito...